quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Terapêuticas Sociais

Vivemos numa sociedade repleta das mais diversas patologias, ou seja, problemas de toda ordem que nos causam inúmeras preocupações, incômodos e sofrimentos (toda sorte de crimes, falta de respeito, desavenças...).
Para que possamos melhorar as nossas condições de convivência social, é de fundamental importância o combate e a definitiva solução das apontadas distorções sociais (que aqui denominamos "patologias", numa intencional equiparação à nomenclatura médica).
Certa ocasião, conversando com um renomado e competente médico, este nos esclarecia sobre o que entendia como um dos principais índices de competência de determinado profissional. Explicou-nos: quando um determinado medicamento (droga, um rótulo apropriado) é indicado a um paciente, o médico deve analisar detidamente todas as conseqüências da utilização daquele produto, e, para tanto, deve conhecer muito bem sua fórmula e as implicações de seus componentes sobre o organismo humano (paciente). Conhecedor da "química" do medicamento, o médico, então, considera todas as conseqüências relativas à sua utilização pelo paciente. É quando compara as vantagens vislumbradas (cura da moléstia, atenuação dos efeitos da patologia,...) com os efeitos colaterais previstos. E nosso interlocutor sentenciou: todo e qualquer medicamento causa "efeitos colaterais", portanto, o que deve ser pensado é "as vantagens com a utilização do mecidamento serão superiores aos 'efeitos colaterais' que este causará?". E assim, o bom médico indicará, entre as drogas (medicamentos) disponíveis, aquela que permitirá o melhor resultado com o menor reflexo negativo possível para o paciente!
Então, ao concluir, nosso interlocutor arrematou: imagine um policial tentando solucionar um crime em que o bandido retém uma vítima, ameaçando matá-la. O criminoso está numa janela de um edifício, com o refém sob a mira de sua arma. Como pode ser solucionada a situação? Bom, esclareceu o médico, "se for jogada uma bomba sobre o edifício, este desabará, e certamente o bandido morrerá (cura da patologia), mas morrerão, também, outras inúmeras pessoas (efeitos colaterais), o que não deve ser pretendido pelas autoridades policiais". Foi a utilização do medicamento mais violento (forte). Prosseguiu nosso facultativo, "agora, um escrupuloso policial, não podendo prender o bandido, procurará dar um único tiro certeiro, para que somente o criminoso seja atingido e, assim, definitivamente solucionado o problema". Nesta segunda hipótese, temos o medicamento mais adequado e mais indicado para o tratamento da "patologia", ou seja, para a solução do gravíssimo problema social.
Ao citar nosso real diálogo com um amigo médico, procuramos oferecer uma visualização sobre como devem ser "cientificamente" solucionados os problemas, no caso, os problemas sociais.
Todo profissional encarregado da ordenação social (políticos diversos - governadores, senadores, deputados, prefeitos, vereadores,... -, magistrados, promotores, policiais...), deve estar devidamente preparado para identificar os problemas sociais, adotando a melhor técnica e os melhores procedimentos para que aquela "patologia" social seja definitiva e competentemente contornada (solucionada). Mas, para aplicar a "melhor técnica" e os "melhores procedimentos", o profissional da área social deve conhecê-los profundamente... E é nisso que devemos focar nossas atenções sobre aqueles encarregados da ordenação social, pois todos os problemas sociais são um problema de cada um de nós! E como somos, sim, detentores de poder, na medida em que nossa vontade, quando manifestada de forma organizada e bem direcionada, constitui um fator eficiente para deflagrar as mais diversas atitudes de governo...
Portanto, está em cada um de nós, uma significativa parcela do poder de determinar condutas para alcançar os resultados pretendidos! Devemos, assim, nos "informar", "formar" concepções bem lastreadas no conteúdo de nossa informação (educação) e "agir" licitamente, ou seja, segundo os procedimentos legalmente prescritos! Mas, sobretudo, agir organizadamente, pois o grupo social só consegue obter o que deseja politicamente, se se organizar, também politicamente...

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