terça-feira, 18 de março de 2014

PARTIDOS POLÍTICOS ALIADOS DO GOVERNO.

 O cidadão brasileiro já se cansou de testemunhar as maquinações empreendidas por alguns políticos maquiavélicos (membros do legislativo: deputados, senadores e vereadores) para garantir apoio ao governo (executivo), de forma a assegurar a denominada "governabilidade". Assim, faz-se uma troca de "favores": "apoio X cargos e recursos (dinheiro)". A princípio, este apoio é negociado sem grandes arroubos ou conflitos, isto é, na surdina. Mas não sempre.
 Em outras situações, os membros do Legislativo assumem uma postura verdadeiramente agressiva, passando a exigir cargos ou recursos como condição para a manutenção do apoio político. Ou seja, o achacador, digo, o mau político (senador, deputado ou vereador) não mais negocia, mas impõe suas exigências, sob pena de retirar o apoio que viabilize a ação de governo. A situação se torna tanto mais grave na medida em que os políticos assumem uma postura coletiva, de grupos. Pode-se explicar: na medida em que se reúnem, os políticos passam a dispor de muito maior força política, valendo lembrar que o Legislativo é um Poder que se expressa por deliberações coletivas, e um grupo já está em condições de condicionar determinada deliberação parlamentar. Portanto, uma atuação coletiva é potencialmente muito mais danosa que um pleito individual de um determinado político.
 Acredito que um leitor atento já possa ter percebido o grande "mercado de interesses" que origina (e caracteriza) o cenário de corrupção endêmica hoje existente na política brasileira. As negociações não raro desandam para a corrupção que tanto enoja o eleitor brasileiro, fazendo-o desacreditar da própria participação política.
 Mas o eleitor pode, sim, reagir a esse estado de coisas. Creio que o primeiro passo seria uma maior atuação política, precisamente com um atento acompanhamento e debate da realidade política que se desenrola cotidianamente. Um acompanhamento nos noticiários (inclusive na internet), e um debate com amigos, poderia auxiliar na formação de uma visão crítica; e essa visão crítica conferiria um forte respaldo no momento do exercício do voto (eis a grande vantagem da democracia: permite que o eleitor participe das escolhas que o governarão). E é no momento do voto que devemos exercer um importante auxílio àquele que entendemos ser o mais preparado para o exercício do cargo máximo de governo, o Executivo, nas três esferas federativas (federal, estadual e municipal).
 Vale explicar: não adianta elegermos um excelente quadro para o Executivo, se votamos em candidatos de partidos políticos que não lhe darão sustentação no governo. Por outro lado, não basta a escolha de um bom candidato ao Legislativo. É fundamental, também, analisarmos muito bem o partido político pelo qual está inscrito, filiado. Afinal, ainda que seja uma boa pessoa, o político será envolvido pelos interesses de seu partido político.
 Ademais, é notória a realidade imposta àqueles que se candidatam a cargos políticos de eleição majoritária: prefeitos, governadores e presidente. São levados a estabelecer alianças com outros partidos políticos, a fim de alcançarem as vantagens daí decorrentes. E hoje, no Brasil, presenciamos uma enormidade de "legendas de aluguel", em que partidos nanicos são criados tão somente para negociar apoio político. São partidos fisiológicos, sem qualquer ideologia (por mais rudimentar que seja), sem um projeto político qualquer, enfim, um amontoado de membros dispostos a negociar apoio com a finalidade de obtenção de vantagens, muitas delas escusas. É um quadro abominável!
 E agora gostaria de apontar dois partidos políticos verdadeiramente desprezíveis, porquanto, em sua imensa maioria, formado por profissionais da "extorsão política": o PMDB e o DEM. São dois partidos políticos que sempre procuram a sombra do poder. Mas o PMDB é muito pior! Trata-se de um partido político caracterizado por sua capacidade de se mimetizar no poder, à moda de um camaleão que se adaptar ao ambiente. Não é a toa que o PMDB tem se eternizado no poder, ainda que presidentes se sucedam, inúmeras vezes alternando partidos políticos rivais. É dizer, ainda que haja alternância no poder, o PMDB ali permanece, "muito bem instalado". E os caciques peemedebistas são os mais impressionantes exemplos do que há de ignóbil da política. No momento, me ocorrem apenas duas exceções dignas de menção: Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE).
 Na ordem do dia, assistimos à chantagem política empreendida pelo Dep. Eduardo Cunha (RJ), seguramente sustentado e instigado pelo governador de seu Estado, muito provavelmente cioso de seu feudo, porquanto preocupado com a indicação do PT à sucessão no governo estadual. Talvez acredite que a candidatura do PT significaria uma perda de apoio que comprometeria a continuidade do projeto político do PMDB. E por que o PMDB não apresenta nomes para a sucessão presidencial? É exatamente aí que reside a maquinação partidária, uma forma de manter uma "reserva" política que permita a negociação de apoio ao eleito. E isto é assunto para outro texto.
 Por ora, fica a modesta indicação: ATENÇÃO EM QUEM VÃO VOTAR NO PRÓXIMO MÊS DE NOVEMBRO E, DEFINITIVAMENTE, NÃO VOTEM EM NENHUM CANDIDATO DO PMDB OU DO DEM!!! Posso assegurar que já seria uma excelente "faxina" política a extinção do PMDB e do DEM. E mais, com o afastamento definitivo dos políticos que hoje compõem as referidas legendas políticas.